O início da trajetória escolar representa a descoberta de um universo completamente novo, em que as crianças passam a frequentar lugares e a conviver com pessoas, até então, desconhecidos; a obedecer regras diferenciadas; e a vivenciar uma rotina com a qual não estão habituadas.
Além disso, nessa etapa, a supervisão familiar é reduzida – experiência que, a princípio, gera inseguranças e incertezas, como explica a coordenadora pedagógica da Educação Infantil do Colégio Notre Dame Aparecida, Evanir Grimm. “Ao frequentarem a escola pela primeira vez, elas sentem a ansiedade da separação, temem que os pais não voltem para buscá-las e fantasiam o abandono”, comenta a profissional, destacando que eles também ficam nervosos, principalmente, ao pensar nas reações que seus filhos podem ter.
Por isso, o momento – que imprime mudanças significativas à vida do educando e de seus familiares – exige que todos passem por um processo de adaptação.
No educandário, como descreve Evanir, as primeiras semanas do ano letivo, priorizam que as crianças matriculadas na Educação Infantil construam laços afetivos e de confiança com os colegas e a equipe pedagógica. “Elas são recebidas em um ambiente agradável e acolhedor, com atividades lúdicas e prazerosas, que levam em consideração o processo de separação e de construção de novos vínculos. Realizamos, ainda, experiências e vivências que encantam e despertam o interesse, a curiosidade e o desejo de voltar ao Colégio”, relata.
O período de adaptação também envolve o esforço conjunto dos pais, pois, como enfatiza a coordenadora, quanto mais tranquila for a entrega do educando, mais seguro ele se sentirá no ambiente escolar. “Na mente dos pequenos há a ideia de que ‘se a minha mamãe me deixou tranquilamente com a professora é sinal que ela confia nela e que eu também posso confiar’”, salienta.
Evanir esclarece, ainda, que inclusive as crianças que já frequentavam a escola desfrutam das dinâmicas de adaptação, pois, apesar de conhecerem o espaço físico do educandário, a cada ano, existem fatores novos, como a mudança dos educadores e das salas de aula.
Quanto ao tempo de duração do processo de adaptação, por sua vez, a coordenadora enaltece que varia de acordo com o educando. “É preciso que haja atenção e respeito à diversidade, afinal, a forma e o tempo como cada criança inicia sua vida escolar são singulares. Para algumas, a insegurança diante do novo rapidamente cede lugar a uma experiência excitante e agradável. Outras, por sua vez, choram, resistem à nova rotina ou não aceitam a aproximação, apresentando a necessidade de vivenciar a adaptação por mais tempo”, conclui.